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1 ano atrás - 02/08/2022

Mato Grosso terá limão tahiti resistente à gomose

Foto: Assessoria
Foto: Assessoria

O potencial do estado de Mato Grosso para a produção de alimentos esbarra, para algumas culturas, na falta de informação e de tecnologias apropriadas para as condições locais. Para a citricultura, a falta de porta-enxertos resistentes à doença fúngica gomose era um limitante. Mas essa realidade começa a mudar com uma pesquisa coordenada pela Embrapa em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Prefeitura de Guarantã do Norte.


A primeira fruta a ter resultados mais consistentes é a lima ácida tahiti, conhecida pelos consumidores como limão tahiti. Dois experimentos realizados em Sorriso (MT) e Guarantã do Norte (MT) confirmaram que as características da copa são determinadas pelo porta-enxerto, porém, os frutos não sofreram influência. Os ensaios geraram informações relevantes sobre porta-enxertos que proporcionam maior vigor vegetativo e volume de copa. Já a avaliação dos frutos mostrou que eles possuem as características desejadas pela indústria e pelo mercado internacional, possibilitando não só o atendimento ao mercado local, como também a exportação.


Os experimentos foram instalados em 2016, nos campi do IFMT nos dois municípios. Em Sorriso, no bioma Cerrado, e em Guarantã do Norte, no bioma Amazônia. Ao todo, foram testados 14 porta-enxertos entre opções comerciais e novos híbridos não comerciais desenvolvidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). Eles foram comparados com o limoeiro cravo, porta-enxerto mais utilizado na cultura, mas que apresenta alta suscetibilidade à gomose de Phytophthora.


De acordo com as avaliações, os porta-enxertos comerciais citrumelo “Swingle” e os citrandarins “Índio” e “San Diego” induziram os maiores volumes de copa e índice de vigor vegetativo. Já os porta-enxertos TSKC x (LCR x TR) – 059 (BRS Bravo), em Sorriso, e LRF x (LCR x TR) – 005, em Guarantã do Norte, induziram as menores alturas às copas da limeira-ácida.


“Buscamos os materiais que vão alcançar maior produtividade. No caso, serão aqueles que têm uma copa maior. Porém, alturas menores facilitam todo o manejo e trato cultural. O que a gente almeja é um porta-enxerto que, mesmo desenvolvendo um porte menor, tenha uma produtividade maior”, explica o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Givanildo Roncatto.


As avaliações são feitas a cada seis meses, quando são mensurados altura da planta, diâmetro de tronco do porta-enxerto, diâmetro do tronco do enxerto, relação de incompatibilidade entre porta-enxerto e enxerto, diâmetro e volume de copa e o índice de vigor vegetativo. A expectativa é que as medições continuem até que as plantas completem dez anos.


Seis anos após o plantio, somente o porta-enxerto testemunha apresentou sintomas de gomose. Porém, Roncatto diz que é preciso ter cautela e que a observação continue para ter certeza de que nenhum deles será suscetível à doença.


Segundo ele, é possível que, ao fim da pesquisa, não seja indicado apenas um, mas quatro ou cinco porta-enxertos com recomendação de uso na região. Esse resultado ampliará as possibilidades para produtores locais, sobretudo considerando que Mato Grosso não tem ocorrência de outras doenças de grande relevância na citricultura, como Citrus Greening, ou Huanglongbing (HLB).

FONTE: Assessoria