Durante a edição especial do Jornal Nacional desta segunda-feira (1º), em comemoração aos 56 anos do telejornal, William Bonner surpreendeu o público ao falar abertamente sobre sua saída da bancada. A despedida, marcada para novembro, representa o fim de um ciclo de quase três décadas à frente do principal noticiário do país.
Logo na abertura da atração, Renata Vasconcellos já anunciava mudanças: "No dia do aniversário de 56 anos, o Jornal Nacional anuncia novidades", afirmou. Mas foi apenas ao final da edição que Bonner assumiu o protagonismo da notícia.
"Eu estou concluindo meu ciclo aqui no Jornal Nacional. A partir de novembro, quem estará ao lado da Renata, nesta bancada, é o César Tralli, que você conhece muito bem", declarou o jornalista, visivelmente emocionado. A decisão de deixar o noticiário, no entanto, não é recente. Segundo Bonner, o desejo de se afastar do dia a dia do telejornal surgiu ainda durante a pandemia.
"É muito estranho falar de mim no Jornal Nacional. Minha decisão de deixar o Jornal Nacional ocorreu há cinco anos. Ela surgiu em um momento que muita gente também repensou a vida profissional, quando a pandemia estava no auge", explicou ele.
O apresentador também falou sobre mudanças na vida pessoal que pesaram na decisão. "Naquela época, um dos meus três filhos estava de mudança para estudar em outro país e eu sentia que, no meu dia a dia, só cabia o que eu precisava fazer, mas ficavam de fora coisas que eu gostaria de fazer. A conta não estava fechando", confessou.
Apesar da vontade, Bonner afirmou que aguardou o momento certo para garantir uma transição estruturada. "Só que era um momento muito difícil para fazer um movimento desse, no qual precisava preparar os sucessores. Nós fizemos isso dentro de cinco anos", ressaltou.
Com 29 anos de história no Jornal Nacional, sendo 26 deles como editor-chefe, William Bonner destacou o peso da responsabilidade que carregou. "O tempo que isso demanda não é pouco", pontuou. Mesmo deixando a bancada, Bonner seguirá na Globo. A partir de 2026, ele integrará a equipe do Globo Repórter, ao lado de Sandra Annenberg. Já a transição no comando do JN será concluída em 3 de novembro, quando César Tralli assumirá oficialmente o posto.
Além disso, outras mudanças também foram confirmadas pela emissora: Roberto Kovalick passará a apresentar o telejornal do horário do almoço, enquanto Tiago Scheuer comandará o Hora Um. Na chefia do Jornal Nacional, a responsabilidade será assumida por Cristiana Sousa Cruz, atual editora-chefe adjunta.
Segundo nota divulgada pela Globo, a sucessão foi cuidadosamente planejada ao longo dos últimos cinco anos. A decisão de Bonner de deixar o jornalismo diário tem como objetivo principal dedicar mais tempo à família e a projetos pessoais.