A nomeação de Ana Castela para atuar na próxima novela das 19h da TV Globo despertou um amplo debate sobre a contratação de artistas não registrados no cenário audiovisual brasileiro. O anúncio da estreia da cantora como atriz não apenas chamou a atenção do público, mas também motivou manifestações de entidades representativas dos profissionais da arte, como o Sindicato dos Artistas do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ).
O centro da discussão gira em torno do respeito às normas que regulam a profissão de ator e da valorização dos profissionais com formação e registro. Segundo informações do próprio sindicato e de seu presidente, Hugo Gross, a prática de escalar celebridades e influenciadores digitais sem formação artística abre espaço para uma série de questionamentos ligados à regulamentação do mercado de trabalho.
Quais os principais argumentos do Sated-RJ em relação à contratação de celebridades?
O Sated-RJ afirma que a contratação de personalidades sem registro profissional desafia a Lei 6.533/78, que regulamenta as profissões artísticas no Brasil. Uma das principais preocupações do sindicato é que essa tendência possa comprometer o espaço de atores formados e registrados, que dependem do trabalho fixo para manter sua permanência no mercado.Segundo representantes da categoria, além do impacto financeiro, existe a questão simbólica de valorização do artista de carreira, que muitas vezes investe anos em aprimoramento técnico e estudos específicos. Outros argumentos incluem a desigualdade na remuneração e contratos extras para celebridades e influenciadores, que frequentemente recebem valores superiores aos praticados pelo mercado.O sindicato também destaca que essas pessoas, por terem grande alcance nas redes sociais, acabam agregando valor publicitário, o que pode interferir ainda mais na divisão de oportunidades entre profissionais.