No "cemitério dos favoritos" definido por Renato Paiva, o PSG foi enterrado diante de uma primorosa atuação do Botafogo. Principalmente no lado defensivo, o Alvinegro teve uma atuação para ficar na eternidade e vencer o melhor time do mundo por 1 a 0, com gol de Igor Jesus, no Rose Bowl pela segunda rodada da Copa do Mundo de Clubes.
O rival, pela superioridade técnica, naturalmente teve mais a posse da bola, mas o clube carioca não abdicou de jogar. Sempre que pôde, explorou contra-ataques e espaços nas costas do time francês para gerar perigo.
Não houve medo. Em nenhum momento. O Botafogo foi o mesmo Botafogo de sempre - mas com mais responsabilidade e equilíbrio defensivo. Todo e qualquer movimento de jogadores do PSG perto da grande área era acompanhado por dois (às vezes, até três) jogadores.A exceção foram os primeiros 15 minutos, quando Vitinho ficou sobrecarregado no lado direito e sofreu com as dobras de Kvaratskhelia e Mayulu no setor.
Renato Paiva ajustou o problema trazendo Allan para o lado direito e ajudando o camisa 2 nas dobras. A partir disso, foi difícil ver qualquer jogador do clube francês dominar uma bola perto da área sem ter a companhia de um atleta do Botafogo por perto.
No ataque, as oportunidades apareceram nas transições. O time foi inteligente e sabia o momento de atacar, explorando as costas dos laterais - que, às vezes, subiam ao mesmo tempo. Em uma recuperação de bola de Artur no meio-campo, Savarino recebeu com liberdade e acionou Igor Jesus, que contou com um desvio para marcar.
O cenário se repetiu mesmo quando Luis Enrique trouxe mais titulares para o jogo. Fabián Ruiz e Nuno Mendes, inicialmente poupados, entraram no começo do segundo tempo. Mesmo assim, o PSG não conseguiu criar uma chance real com bola no chão.
Houve até outra oportunidade para o Botafogo marcar, mas Savarino desperdiçou chance de cabeça dentro da grande área em fraca cabeçada nas mãos de Donnarumma. O Alvinegro se defendia, mas não abdicou de atacar quando as chances apareciam.
O esforço coletivo foi recompensado: a vitória foi comemorada quase como um título no gramado. Não era para menos: triunfar contra o PSG antes desta quinta-feira parecia um sonho impossível. Menos para esse Botafogo.