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2 horas atrás - 03/09/2025

Prefeitura no MT se complica com alto valor de cachê de show de Ana Castela

REPRODUÇÃO INTERNET
REPRODUÇÃO INTERNET

O cachê pago para apresentações de artistas em eventos municipais tornou-se tema de debate no setor cultural e jurídico brasileiro. Em setembro de 2025, a contratação do show da cantora Ana Castela em Sapezal, interior de Mato Grosso, trouxe à tona questionamentos acerca do uso de recursos públicos para contratação de artistas sertanejos.


O evento, programado para acontecer no dia 18 do mês, entrou na mira do Ministério Público estadual, que apontou possível sobrepreço no valor cobrado pela apresentação da artista. No processo, o valor estipulado para o show é de R$ 950 mil, enquanto perícia contábil realizada pelo Ministério Público indica que a média do cachê de Ana Castela em cidades próximas geralmente é menor.


Segundo o órgão, apresentações anteriores da cantora em outros municípios do Mato Grosso custaram até 27% a menos, o que acabou levantando dúvidas sobre os critérios utilizados para a definição do cachê na cidade de Sapezal.


 
Por que a contratação do show de Ana Castela chamou atenção do Ministério Público?
Um dos principais argumentos da Promotoria refere-se ao uso de verba pública para realização da festa municipal, visto que o processo aponta a diferença de valores pagos pelo mesmo artista em períodos e localidades semelhantes. O censo populacional recente aponta que Sapezal possui cerca de 29 mil habitantes, cenário que dificulta a justificativa de um gasto tão elevado para um evento cultural.


Além disso, os promotores destacam que a logística de transporte, geralmente utilizada como fator para ajustes de preço em shows, não teria impacto suficiente para justificar o aumento expressivo no cachê nesta ocasião. Casos parecidos já tiveram repercussão nacional, a exemplo da polêmica em 2022 envolvendo Gusttavo Lima, que recebeu R$ 800 mil para um show em município de pequeno porte.


Como ocorre a definição de cachês para artistas em cidades do interior?
Agências e produtores costumam avaliar diversos fatores ao estipular o valor de um show. Entre eles estão a distância do local, modelo do evento, capacidade do público, estrutura técnica exigida e relevância do artista no cenário nacional. Contudo, situações em que parte dos recursos é oriunda de cofres públicos exigem processos mais rigorosos de prestação de contas e justificativas detalhadas.


A diferença encontrada nos valores cobrados por Ana Castela em cidades próximas, conforme identificado pelo Ministério Público, indica a necessidade de padronização e fiscalização neste tipo de contratação.


Quais são os desdobramentos para a gestão pública e para artistas sertanejos?
Diante da polêmica, a prefeitura de Sapezal terá que apresentar esclarecimentos sobre o processo de contratação e o motivo da diferença no cachê pago à artista. O Tribunal de Justiça do Mato Grosso aguarda o posicionamento dos gestores antes de deliberar sobre a realização ou possível cancelamento do evento.

FONTE: sertanejotododia.com